A VERDADEIRA JANELA
Arte de Mimi Parent
Quando o destino fecha uma porta, temos o costume de ajudar o azar e dar mais uma volta na chave. Terminamos nos trancando ainda mais. Aproveitamos para nos isolar ainda mais.
Entramos no modo conspiratório: o mundo está contra nós.
A paranoia é o mel para atrair coisas ruins.
Mas poderia ser diferente.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir o vestido da esposa.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma garrafa de vinho.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir um livro.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma lata de leite condensado.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma amizade.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir nossas gavetas e arrumar a bagunça.
Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir a cabeça e parar de culpar o destino.
Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (19/8) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: