CENTRAL ÚNICA DO AMOR
Arte de Hannah Höch
O emprego contaminou o amor.
O amor tornou-se uma luta sindical.
A greve é a separação. As pessoas se separam para fazer exigências, cobrar transformações do outro, receber benefícios e vantagens que não conquistavam com a rotina.
A separação converteu-se em chantagem.
Os casais não se separam mais porque não se amam, mas porque desejam melhorar suas condições de convivência.
É uma luta para ampliar o poder e a influência dentro da relação.
Discutir está fora de moda. A tendência é se separar de vez para convencer o marido ou a esposa dos seus argumentos.
A distância é um ultimato. A saudade é uma pressão. O fim é uma ameaça.
Perde-se um amor para ter seu valor reconhecido.
Se o homem não quer casar, a mulher some para que ele sinta falta e logo volte com um par de alianças.
Se a mulher não quer morar junto, o homem dá um gelo e logo consegue dividir o teto.
A artimanha vale para convencer o parceiro a ter filhos, a fazer viagem, e comprar casa. E também para forçar alguém a parar de fumar ou beber.
A CUA (Central Única do Amor) vem crescendo. Não brinque em serviço.
Ouça meu comentário na manhã desta sexta-feira (5/12), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: