CONDENADO PELO AMOR
Arte de Gustav Klimt
Quando amamos não escutamos o fora. Não escutamos que ela ou ele não nos deseja de verdade.
Não entendemos os recados, as indiretas, as diretas.
Se alguém ama você e você não ama essa pessoa, você está ferrado!
O amor platônico é um grude.
Ela vai persegui-lo por um bom tempo. Talvez toda a vida.
Você pode avisá-la que não tem chances, que não adianta insistir, que não é por mal.
Ela ficará ainda mais encantada com a dificuldade, a ponto de encher sua caixa de mensagens com frases românticas de superação, tipo: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.
Você não atende mais nenhuma ligação dela. Nenhuma das vinte. Primeiro, deixa tocar; depois, põe no silêncio; em seguida, desliga na cara.
Ela dirá que está ocupado, e que compreende o excesso de trabalho.
Você desmarca cinco vezes um encontro.
Ela irá concluir que foi coincidência.
Você decide ser mais contundente e passa a ser grosseiro, ofender, falar baixarias.
Ela fará interpretações terapêuticas, explicando que você está com raiva, e quem tem raiva ama.
Você pode barrá-la no orkut, no facebook, no twitter, no email.
Ela tratará de dizer que é medo de um relacionamento sério.
Você pode mudar de estratégia e ser educado, explicar uma por uma de suas razões com toda a paciência.
Ela entenderá que sua calma é um sinal de que finalmente vem aceitando a paixão.
Você declara que só quer ser amigo dela.
Ela é capaz de rir e acreditar que já é um começo
Não existe escapatória. Quem ama entende o que quer e faz o que quer. Inventa desculpas no nosso lugar, cria desculpas para continuar amando.
Ouça meu comentário da manhã de sexta (16/3) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola: