CORINGA
Matutei comigo: não é fácil fazer propaganda eleitoral.
A gente ri, critica, abomina, desliga, não suporta, mas já parou para exercitar o que você diria se fosse candidato.
O quanto é complicado se expressar em segundos. O quanto temos que elaborar um slogan rapidinho e às vezes totalmente ridículo.
Como não seremos cômicos se apenas podemos falar uma frase. Na verdade, resmungar uma frase.
O candidato a vereador é um soluço da tevê, um suspiro do rádio.
Tarefa espinhosa: ser conciso com toda uma história de vida, falar o máximo com o pouco, criar um elo de identificação e se diferenciar de centenas de concorrentes.
Aproveitando as eleições 2012, elaborei várias vinhetas para mim. Para mostrar o alto grau de exigência.
Uma propaganda mais irreverente:
— Risos. Vote Carpinejar, Coringa da Rádio Gaúcha. Para uma manhã sempre feliz e poética.
Uma propaganda mais ecológica:
— Vote Carpinejar, capine já.
Uma propaganda com plano de governo, óbvio que impossível de ser cumprido:
— Prometo lavar a louça três vezes por semana, estacionar melhor no box do prédio, não pensar em sexo toda noite.
Uma propaganda para o eleitorado feminino:
— Vote Carpinejar, o homem com alma feminina.
Uma propaganda para a terceira idade:
— O que adianta fila preferencial se você não tem nada no banco: Vote Carpinejar.
Uma propaganda para o CTG:
— Peço licença mui valente tropeiro/ sou um humilde payador/ do pampa missioneiro/ enxotando falsos curandeiros.
Eu sei , eu sei, como publicitário sou um ótimo poeta.
Ouça meu divertido comentário na manhã de quarta-feira (5/9) na Rádio Gaúcha, no programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Fernando Zanuzo: