DE QUALQUER JEITO
Arte de Fortunato Depero
Estranhei que a minha mulher estava rindo das minhas piadas. Ela tem um humor diferente do meu.
Estranhei que eu e a minha mulher não discutíamos por qualquer coisa, por qualquer palavra, era uma paz sem tamanho.
Estranhei que um ouvia o outro sem interromper com novas cobranças.
Estranhei que ela aceitava minha irreverência, meus escândalos, meus dramas, minha ansiedade, minha mania de falar as novidades a cada quinze minutos.
Estranhei muito, tive que perguntar:
- O que aconteceu que o meu temperamento não vem mais lhe irritando?
Então, ela me deu a maior declaração de amor que já recebi na vida:
- Antes eu lhe queria do meu jeito, agora eu lhe quero de qualquer jeito.
Ouça meu comentário na manhã dessa sexta-feira (18/9), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, com Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: