DIA INTERNACIONAL DO HOMEM
Repare no olhar vingativo dela. Arte de Gerard Dou
Fui criado pela mãe. Sou um feminista de carteirinha. Tudo bem que a carteirinha está atrasada duas mensalidades, mas sou sócio ainda.
Só que a mulher não quer igualdade, quer tudo. Tudo.
O homem está desaparecendo. É quase um animal extinto.
A mulher assumiu o trabalho.
Sem deixar de assumir a casa.
Sem deixar de assumir a criação dos filhos.
Sem deixar de sair e se divertir.
Sem deixar de planejar as férias e o descanso.
Ela não separa um único espaço para nós, machos, comprovarmos nosso talento. Justificar nossa permanência na terra e no CTG.
Ela manda no lazer. Ela manda no sexo. Ela manda na família. Ela manda no dinheiro.
Agora faz churrasco (e também a salada). Agora ela apita futebol. Agora bebe mais do que a gente. Agora assiste UFC. Agora abre potes de pepino. Agora conserta chuveiro. Agora estaciona em lugares impossíveis. Agora carrega as compras. Agora cospe na rua. Agora palita os dentes. Agora coça o saco. O nosso saco.
Bah, por favor, não demita seu marido, reserve uma tarefa para ele.
Matar baratas, por exemplo.
Finge que não gosta delas, sobe na cama, grita ahhh, por compaixão a nós, homens.
Para mostrar que servimos para alguma coisa.
Não nos tire a coragem de matar baratas.
O chinelo na mão é o que nos restou da macheza.
Ouça meu polêmico comentário na manhã de sexta (9/3), na Rádio Gaúcha, no programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: