Blog do Carpinejar

DO SEU JEITO

Arte de Maurice Denis

O homem vai lavar a louça de casa. De tanto que a esposa reclama que ele não ajuda e não se importa com a família.

O sujeito passa uma hora ensaboando os pratos e colocando no escorredor. Sofrendo um medo danado de lascar o conjunto, presente de casamento da sogra.

Quando ele larga o avental, a esposa aparece e diz:

- Estão sujos ainda. Terei que lavar de novo.

No dia seguinte, não satisfeita com a reprimenda, ela ainda comenta no café da manhã:

- Você gastou todo o meu detergente.

Quando seu parceiro atende finalmente seu chamado, em vez de animá-lo a continuar, você o castiga, você o humilha, você o constrange.

Talvez não seja falta de vontade do homem em colaborar com as tarefas domésticas, é a mulher que não suporta o jeito como ele faz.

A mulher tem dificuldade porque as coisas não serão feitas como ela costuma arrumar. É óbvio que não. É certo que ele não chegará nem perto do capricho dela.

Mas ele fez, ele tentou, e já é um começo.

Como é desagradável ouvir:

- Você não sabe fazer. Deixa que eu faço.

“Deixa que eu faço” é o equivalente a concluir “Você não serve para nada”.

Seu marido não irá se recandidatar, tire o cavalinho da chuva.

É preciso entender que o homem terá que cozinhar mal para cozinhar bem, terá que varrer pelo centro até localizar as sujeiras dos cantos, terá que estender torto as roupas para encontrar a manha dos prendedores.

Mas a mulher quer que ele acerte de primeira, sem erro. Não pode. Não é justo.

A esposa pretende que ele colabore, mas não quer perder tempo ensinando.

A mulher deve ajudar o homem a ajudá-la.

Homem é como cachorro. Dê um biscoito quando ele acerta.

Acompanhe meu comentário na manhã de sexta (6/4) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola:

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