ENDIVIDADOS
Arte de Joan Erbe
Quando temos uma dívida a pagar, o costume é sumir.
Já perdemos a vergonha de mentir e arrumar uma desculpa.
Desaparecemos porque nem existe mais o que inventar. Na falta de condições, gastamos a imaginação. Optamos por não fazer mais contato até surgir um milagre para resolver a pendência.
Só que o isolamento repentino piora a situação e faz com que o endividado se assemelhe a um caloteiro.
É neste momento, quando tudo está contra, que precisa da firmeza para ficar. E não sumir em hipótese alguma. Ser honesto para atender as ligações, explicar os contratempos sem mentir e justificar que não encontrou um jeito de pagar, porém não esqueceu o compromisso.
O problema de toda a dívida são os juros do medo. É o medo de ser ofendido. É o medo de decepcionar. É o medo de não cumprir a palavra. É o medo de fracassar.
Não são somente dívidas materiais, há pessoas que somem de perto de amigos ou de seus namorados quando erram demais, repetem as mesmas falhas e não têm coragem de encarar a reincidência de frente. Absolutamente constrangidas, preferem se distanciar.
Permaneça perto, fale o que está sentindo ou o que está passando. Seja sincero. Negocie. Mas enfrente a realidade. A honestidade já serve como entrada moral para pagar qualquer atraso. A honestidade sempre é a primeira parcela.
Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (14/4), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: