Blog do Carpinejar

ESPUMA INTELIGENTE

Arte de Renata Egreja

A mulher não toma banho para apenas se lavar. Como o homem.

O homem é prático, rápido, funcional.

A mulher toma banho para organizar seu pensamento, para se entender.

O banho é sua solidão, é seu esconderijo, seu escritório, sua porta fechada, é ninguém incomodando, é ninguém interrompendo, é ninguém chateando.

Desde pequena, o banho é sua independência, é onde tem todo o tempo do mundo para raciocinar o que está fazendo de sua vida.

Sem nenhuma pressão. Sem nenhuma interferência.

Pois vai cuidar do cabelo com xampu e condicionador, pois vai usar cremes, pois vai limpar sua calcinha.

Ela demora demora demora porque fica massageando suas ideias, renovando suas críticas, refletindo sobre suas dúvidas.

O banho é sua terapia, sua conversa com a água, seu monólogo.

Quando a mulher briga ou discute, recorre ao banho.

É lá que pretende chorar, desabafar com privacidade, repor sua confiança.

O banho não é somente banho para a mulher, é onde toma suas decisões. Onde define suas certezas. Onde repensa suas opiniões.

Tanto que ela sempre deixa o banheiro decidida, articulada, expondo convicções, como se fosse um outro dia.

A mulher não precisa dormir para esfriar a cabeça, ela toma banho e já pula para o dia seguinte.

Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (14/3) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:

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