ÉTICA DO USO DO CELULAR
Arte de Max Ernest
Deveria existir uma ética do celular. Uma legislação, com infrações e risco de perda total da linha.
Habilitar não somente o aparelho, mas também o usuário.
Seria criada uma brigada de amarelinhos para multar os descomportados. Seria preparada uma autoescola em cada telefônica, com direito a reciclagem.
O motorista de celular sem nenhum ponto na carteira ao longo de um ano ganharia um I-Phone. Nada contra o uso do celular, sou um adepto fervoroso, mas não custa prevenir exageros.
Há absurdos e mais absurdos acontecendo a toda hora:
- Gente que atende celular no cinema ou em sala de aula, para cochichar a quem liga que não pode atender.
- Gente que aproveita a sinaleira para mandar torpedos. Como se houvesse tempo.
- Gente que fala com rádio alto. Parece que nunca brincou de Walkie Talkie.
- Gente que acredita que o celular é uma máquina fotográfica. E que terá a foto de sua vida no próximo instante.
- Gente que decide discutir o relacionamento ao celular no meio de um trem lotado. E afasta o aparelho do ouvido na hora em que sua mulher está gritando.
- Gente que senta para comer e conversa de boca cheia ao telefone tentando fingir que não está almoçando sozinho.
- Gente que deixa o celular tocando na bolsa. Como se a bolsa fosse um silenciador.
- Gente que liga para dizer que agora não dá mais para falar e desliga na nossa cara. Se não dava para falar, por que telefonou?
- Gente que confunde o celular com terapia e fala sem parar. A chamada caiu e ele nem percebeu.
- Gente que aproveita a promoção de 200 minutos grátis e quer realmente usar cada centavo com você.
- Gente que anda com três celulares, simplesmente pelo pavor de um dia não ser encontrado.
- Gente que acha engraçado exibir músicas de sua preferência pelo ringtone. E põe hino do Inter ou do Grêmio ou Michel Teló. Não é engraçado, é somente irritante.
- Gente que acredita que o celular está estragado quando ninguém telefona no intervalo de quinze minutos.
- Gente que manda torpedo de madrugada pensando que não está sendo invasivo. É igual a um telefonema.
- Gente que despreza qualquer lugar ou restaurante ou hotel que não tem sinal.
Ouça meu comentário na manhã de terça (15/5) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola: