Blog do Carpinejar

HÁ GENTE QUE NÃO ESPERA O PIOR, PLANEJA O PIOR

Arte de R. B. Kitaj

Os maiores desencontros acontecem pela ansiedade, não porque o casal não queria se encontrar, mas justo porque desejava se encontrar tanto.
Na minha primeira saída com a Cínthya, minha mulher, eu marquei no Cine Guion, às 19h. Cheguei 18h30. Mas fiquei tão ansioso que apareci cedo demais e fui dar uma volta para não entregar que estava a fim dela. Retornei 19h15. Mas a Cínthya surgiu 19h pontualmente, acreditou que não iria e foi dar uma volta. E não nos achamos naquela noite.
Ambos pensaram que um deu o fora no outro. E poderíamos ter ferrado a relação se não houvesse insistência.
A ansiedade faz com a gente se sinta desamado. Abandonado. É uma ilusão negativa.
A ansiedade é o início da paranóia. É um Juízo Final.
A ansiedade torce pelo pior para não ter que sofrer depois.
É o mesmo desencontro com o telefone. Quando a ligação cai, temos que esperar que aquele que ligou ligue de novo. Mas o que ocorre?
Eu ligo, ela liga, os dois se ligam ao mesmo tempo. E os dois telefones ficam ocupados. E nenhum dos dois consegue restabelecer a linha.
E aí entra o medo: ela não quer mais me atender? Eu falei algo de errado? Ela desligou o telefone na minha cara?
Não conheço ansiedade otimista, que pense coisas boas, que não antecipe decepções. Ansiedade é o medo de ser rejeitado. Ansiedade só antecipa tragédias no amor.
A ansiedade não ajuda a comunicação. Respire fundo e aguarde no lugar que você marcou na hora que você marcou.

Ouça meu comentário na Rádio Gaúcha na manhã de terça (7/2), programa Gaúcha Hoje, com Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola:

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