HIDROMASSAGEM VAZIA
Arte de Leonardo da Vinci
Não gosto de mulheres magras demais.
Mulheres esqueléticas. Mulheres excessivamente pontudas. Mulheres que transformaram a delicada saboneteira em banheira de hidromassagem.
Mulheres-osso, obcecadas no controle das calorias. Mulheres que não podem fazer nada, que esqueceram o que é espontaneidade ou vexame.
Mulheres que só desejam aparecer bem na foto, que fogem de relacionamentos para não se explicar.
Mulheres magras demais não são felizes. Não sabem rir de si.
Estarão com fome. Estarão com mau hálito. Estarão irritadas porque não podem descontar a raiva no chocolate.
Mulheres magras demais pensam naquilo que não estão comendo.
Elas não sentem prazer em almoçar ou jantar. Nem em tomar café da manhã. O que é viver sem essas três refeições?
Mulheres magras demais deixam de conviver para não chamar atenção ao prato vazio.
Mulheres magras demais não sentem tesão, o sexo deixou de ter importância.
É preciso gostar de lasanha para gostar de sexo, gostar de pizza para gostar de sexo.
Sexo começa na mesa.
Não gosto de mulheres magras demais.
Mulheres magras demais têm complexo de cinderela. Não querem crescer. Não querem abandonar o corpo de menina.
Não gosto de mulheres magras demais. Que não tenham uma gordurinha para queimar. Não tenham uma celulite para reclamar. Uma estria para lhe garantir humildade.
Não gosto de mulheres que não quebram a dieta para comemorar o regime.
Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (9/11) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola: