NOS CALOS E NAS FERIDAS
Arte de Luigi Russolo
Já bastava uma marca de refrigerante colocar o nome das pessoas em sua bebida e criar constrangimento. Poderia estar almoçando calmamente, amorosamente, com a sua mulher e receber do garçom uma latinha com o nome da ex. Será que ninguém prevê os efeitos colaterais da homenagem?
Agora o Facebook criou um mecanismo de nostalgia. A máquina decidiu se humanizar e ter saudade. Passa a lembrar, inesperadamente, de momentos de nossa linha do tempo de quatro ou cinco anos atrás. Surgem nossos fotos do passado. Aquela mulher que recém saiu da fossa de repente se revê abraçada a um ex? Ou aquele homem que jamais engatou uma nova relação é condenado a reprisar um grande momento de seu antigo casamento?
A memória é absolutamente pessoal. E não precisa de muito para voltar a sofrer.
Ouça meu comentário na Itapema FM RS, na tarde dessa segunda-feira (16/11), às 13h, apresentação de Denise Cruz: