ÓBVIO!
Arte de Ernst Ludwig Kirchner
Não precisa me conhecer para saber que estou amando.
Não precisa de intimidade para saber que estou amando.
Não precisa de amizade para saber que estou amando.
É apenas me olhar que o porteiro do prédio descobre que estou amando.
É apenas me olhar que o verdureiro descobre que estou amando.
É apenas me olhar que o vendedor de flores descobre que estou amando.
É apenas me olhar que o vizinho descobre que estou amando.
É apenas me olhar que o cobrador descobre que estou amando.
É apenas me olhar que o azulzinho descobre que estou amando.
É apenas me olhar que o balconista descobre que estou amando.
As palavras são dispensáveis.
As perguntas são dispensáveis.
É fácil descobrir quem está amando: ri em vez de cumprimentar, conversa sozinho, ouve música no pensamento, anda distraído, quase voando.
É bobo, a pele brilha, o olhar é céu de brigadeiro.
Quando amamos, não temos segredos, somos transparentes pela primeira vez na vida.
Nossa alma aparece antes do que o corpo.
Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (21/3) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: