Blog do Carpinejar

PAI-FILHO, AVÔ-NETO

Arte de Otto Briese

Conversava com meu filho enquanto o levava para escola.

Ia explicando que no supermercado não havia sacola de plástico, mas de papel.

E sempre arrebentava no caminho.

Porque não podia colocar nada molhado por baixo das coisas.

Amolecia a embalagem e deslizavam potes e garrafas lomba abaixo.

Nosso maior pedido ao menino empacotador: - Não põe as verduras no fundo!

O pão era de meio quilo ou um 1/4. Não havia cacetinho (pão francês).

Vinha embrulhado em cordão e papel vegetal, que depois servia para anotar a lista das próximas compras.

O leite não ficava condicionado em caixinha, mas em saco.

Havia todo um equilíbrio para abrir o saco com faca e não jorrar leite por tudo.

Tinha que segurar o saco de pé, espichá-lo, para então fazer um recorte na ponta.

A mãe congelava os saquinhos de leite. Quando descia para a leiteira, a gente cortava pedaços e comia como se fosse sorvete.

Hoje a sociedade mudou tanto, houve tantas transformações de hábitos entre os anos 80 até os dias atuais, que a diferença de memória entre pai e filho é de avô para neto.

Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (18/11) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:


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