SAUDADE DO SIMPLES
Arte de Eduardo Nasi
O homem sempre é atrasado para amadurecer. Na escola, a menina anseia namorar e ele pensa unicamente em futebol. A menina de doze anos formou seu corpo e pisou na adolescência e o guri da mesma idade ainda está imberbe e não tem nenhum interesse em largar as briguinhas com os colegas.
Temos um retardo de três anos em relação ao time feminino.
Na vida adulta seguimos levando surra. A revolução sexual chegou muito antes para elas.
O macho agora que se deslumbrou em fazer sexo oral, por exemplo. É emblemática sua necessidade de posar como moderno. Não abdica da preliminar. Sua primeira atitude na transa é se dedicar a chupar sua parceira. Nem tirou a roupa e está chupando.
Cheio de boas intenções, ele se perde. Confunde o oral com maratona. A mulher ou dorme ou cansa de esperar a penetração.
Homem, quando busca agradar, exagera. E o exagero é broxante, pois ultrapassa a linha do prazer para desembocar na compaixão.
Obcecado em se tornar inesquecível, não equaciona o recado: a mulher não quer massagem, mas sexo.
Um dos seus erros é se ressentir do papai-mamãe. Acha que é um modelo antiquado, anacrônico, que lembra seus avós.
Adota variadas acrobacias, menos papai-mamãe. Para não ser acusado de conservador e machista, não desce mais da gangorra.
O homem vem sofrendo um medo tremendo de ser homem.
Um pouco mais e o papai-mamãe será extinto, injustamente.
É a posição mais romântica, mais sincera, mais transparente que existe.
É feita para quem ama de verdade.
O papai-mamãe é olhar nos olhos, é oferecer o peso do corpo, é confessar o pulmão.
São as pernas firmemente entrelaçadas. São os seios comprimidos no peito. São os braços estendidos em oferta.
Complica para qualquer um fingir orgasmo, complica para qualquer um fugir com a imaginação.
É o encaixe perfeito para arranhar as costas, morder o pescoço, cochichar aos ouvidos.
Movimento obsceno e messiânico, rude e suave.
No papai-mamãe, você pode ciscar um beijo enquanto o outro estiver gemendo, você pode observar o outro gozando, você pode segurar a mão para mostrar que não há desigualdade no grito.
Aliás, só no papai-mamãe as pessoas andam de mãos dadas também na cama.
Na vida adulta seguimos levando surra. A revolução sexual chegou muito antes para elas.
O macho agora que se deslumbrou em fazer sexo oral, por exemplo. É emblemática sua necessidade de posar como moderno. Não abdica da preliminar. Sua primeira atitude na transa é se dedicar a chupar sua parceira. Nem tirou a roupa e está chupando.
Cheio de boas intenções, ele se perde. Confunde o oral com maratona. A mulher ou dorme ou cansa de esperar a penetração.
Homem, quando busca agradar, exagera. E o exagero é broxante, pois ultrapassa a linha do prazer para desembocar na compaixão.
Obcecado em se tornar inesquecível, não equaciona o recado: a mulher não quer massagem, mas sexo.
Um dos seus erros é se ressentir do papai-mamãe. Acha que é um modelo antiquado, anacrônico, que lembra seus avós.
Adota variadas acrobacias, menos papai-mamãe. Para não ser acusado de conservador e machista, não desce mais da gangorra.
O homem vem sofrendo um medo tremendo de ser homem.
Um pouco mais e o papai-mamãe será extinto, injustamente.
É a posição mais romântica, mais sincera, mais transparente que existe.
É feita para quem ama de verdade.
O papai-mamãe é olhar nos olhos, é oferecer o peso do corpo, é confessar o pulmão.
São as pernas firmemente entrelaçadas. São os seios comprimidos no peito. São os braços estendidos em oferta.
Complica para qualquer um fingir orgasmo, complica para qualquer um fugir com a imaginação.
É o encaixe perfeito para arranhar as costas, morder o pescoço, cochichar aos ouvidos.
Movimento obsceno e messiânico, rude e suave.
No papai-mamãe, você pode ciscar um beijo enquanto o outro estiver gemendo, você pode observar o outro gozando, você pode segurar a mão para mostrar que não há desigualdade no grito.
Aliás, só no papai-mamãe as pessoas andam de mãos dadas também na cama.
Crônica publicada no site Vida Breve
Colunista de quarta-feira