SESSÃO NOSTALGIA
Arte de James Rosenquist
Fiz uma lista de coisas que deixaram de dominar o nosso cotidiano, objetos quase extintos, que antes reinavam em casa e hoje estão desaparecidos da rotina.
Galocha: item obrigatório na hora de enfrentar a chuva e o barro. Para não gastar os sapatos.
Talco: adultos usavam talco mais do que desodorante.
Chapéu: nada de boné, homem sério tinha dois chapéus. O chapéu era a bolsa do homem: marrom e preto, no mínimo. Havia chapelarias nos bairros.
Bombril na antena: único jeito de capturar um canal e assistir tevê.
Espanador: vassoura dos objetos, uma cauda ridícula de pavão para espantar o pó.
Lenço de pano: todo homem tinha um lenço de pano no bolso da calça para o suor ou para a gripe.
Papel-carbono: o xerox de minha infância.
Furador de folha: necessário para pastas e arquivos. Era mais importante do que o grampeador.
Chaveiro de pé-de-coelho: amuleto da sorte, uma tradição, permanecia no molho de chaves até ficar amarelo.
Corretivo: líquido branco empregado para disfarçar erros de escrita, mas que só chamava mais atenção. Mercúrio-cromo do papel.
Naftalina: as roupas de inverno recebiam a proteção das bolitas brilhantes. Eu ia para aula cheirando a naftalina.
Papel de pão: fino, vegetal, embrulhava o pão de meio quilo (lembro também da cordinha). Ruim de escrever, apenas possível de um lado, mas que – milagrosamente - virava lista de compras.
Só não entendo como as polainas ainda permanecem por aí. Sobreviveram à bomba atômica do tempo e da tecnologia. São as baratas do vestuário feminino. Nenhuma mulher é sensual de polainas. É um pijama preso nos tornozelos.
Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (5/9) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: