SÓ UM MINUTINHO
Arte de Villemard
Tenho um péssimo costume de falar ao telefone quando estou sendo atendido no comércio.
Entro na fila já conversando no celular. Tagarelando. Todo mundo ouvindo minha indiscrição.
No momento em que chego na boca do caixa, não desligo.
Continuo falando para azar do atendente.
O funcionário me pergunta: Crédito ou débito?
E faço mímica.
O funcionário me pergunta: CPF na nota?
E mexo a cabeça.
O funcionário me pergunta se quero sacola.
E estico as sobrancelhas.
Coitado do funcionário. Desligue o celular quando é atendido.
No táxi, é mais grave e irritante. Vou no trololó no fone enquanto o motorista espera o caminho e o destino.
É aquela angústia de andar às cegas com o passageiro gritando de repente: esquerda, direita, direita, aqui, mais adiante.
Manter alguém aguardando porque está no celular é falta de educação e de respeito. É como falar e mastigar ao mesmo tempo.
Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (27/6) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina: