PARA O AMOR PLATÔNICO VIRAR REALIDADE
Tímido precisa de certeza para se declarar. Ou provocar uma situação para que o outro se declare. O ideal é sugerir a ideia de namoro de forma indireta e bem humorada, para testar a audiência e a receptividade do coração desejado. Apresento cinco modos de soltar a isca e esperar o puxão do anzol.
SONHO
Diga que teve um sonho estranho. “Sonhei que estávamos namorando, acredita? É que queria dividir sorvete comigo, mas eu respondi: tudo bem namorar, mas o sorvete é de cada um, tá?”
Desse jeito, você faz o candidato se acostumar com o clima de namoro, e ainda defende a independência da relação. O sorvete é um disfarce engraçado: parece que você até aguenta namorar (não parece um oferecido), desde que cada um mantenha a sua individualidade. Soa inteligente.
ESTOU BRINCANDO?
Puxe papo como amigo, sempre com a hipótese de estar brincando caso não tenha acolhimento. Proponha beber junto no dia dos namorados, já que ambos estão solteiros, e se ofereçam presentes de gozação. Só para não ficar de fora da comemoração da data. Vá que pinte um clima. Se o outro não aceitar a ideia, afirme que era uma piada. Truque da cartola: falar sério brincando.
CONFUSÃO
Invente que os colegas colocaram na cabeça que você está apaixonado. Pergunte para a pessoa de seus sonhos se ela falou alguma coisa para eles, se deu a entender que há algo mais do que a amizade que um tem pelo outro. Crie intriga, mostre-se espantado e preocupado, para, no fim, concluir que não é uma má ideia, que poderia mesmo se apaixonar desde que contasse com uma chance.
FLORES
Mande flores para o endereço de seu amor platônico. Coloque “anônimo” e faça charadas: se você me descobrir, posso jantar no Dia dos Namorados. Meu celular termina com tais números XXXXXX668 (por exemplo). Deixe a pessoa pirar. Se ela desvendar o enigma, é que tem grandes chances de saber há muito tempo que você está a fim dela. Descobrirá que ninguém ama plenamente (e impunemente) em silêncio.
CONTRÁRIO
Uma grande estratégia para tirar a temperatura é fazer o contrário da própria emoção. Realizar o oposto para ver qual será a reação. No meio da conversa, lamente: A gente nunca funcionaria como casal, né? Somos muito diferentes. Eu gosto de pizza calabresa e você odeia pimenta...
No encontro despretensioso, aproveite para mostrar tudo o que conhece do outro. Tudo o que aprendeu em segredo da companhia - no mínimo, ela se impressionará com a sua atenção e contabilizará pontos no quesito cumplicidade.
Crônica publicada em 11/6/2018